quinta-feira, 10 de julho de 2008

Leishmanioses

Leishmanioses
As Leishmanioses são doenças infecciosas, causadas por protozoários do gênero Leishmania, que podem afetar o homem e animais silvestres e domésticos, principalmente o cão. No Brasil, as leishmanioses apresentam-se como duas doenças distintas: a leishmaniose visceral, também conhecida por calazar, é causada pela Leishmania (Leishmania) chagasi, e a leishmaniose tegumentar, que pode ser causada por diferentes espécies, sendo as mais importantes, Leishmania (Viannia) braziliensis, Leishmania (Viannia) guyanensis e Leishmania (Leishmania) amazonensis. A transmissão ocorre pela picada de flebotomíneos, insetos vetores, popularmente conhecidos por "mosquito palha" ou "cangalhinha", pelo tamanho reduzido, coloração clara e por pousarem com as asas abertas e eretas. Esses vetores pertencem ao gênero Lutzomyia, sendo a espécie L. longipalpis responsável pelo calazar, enquanto L. intermedia, L. whitmani, L. flaviscutellata, L. reducta, L. olmeca nociva, L. anduzei, L. umbratilis têm sido incriminadas na transmissão da leishmaniose tegumentar.
Inicialmente, a transmissão era silvestre ou concentrada em pequenas áreas rurais, mas as transformações ambientais, provocadas por pressões econômicas e sociais, pelo processo migratório e pela urbanização crescente estão modificando esse perfil. Essas mudanças estão se tornando um crescente problema de saúde pública pois vêm acarretando a expansão das áreas endêmicas e o aparecimento de novos focos de infecção, tanto domiciliares quanto peri-domiciliares.
A leishmaniose tegumentar é caracterizada, geralmente, pela presença de úlcera cutânea única ou em pequeno número; com bordas elevadas, em moldura; e com ausência de dor local. Já a leishmaniose visceral se caracteriza por uma progressiva alteração do estado geral, com febre intermitente, hepatomegalia, esplenomegalia, adenomegalia generalizada, palidez e caquexia, podendo ser fatal. No cão, além desses sinais clínicos, podem ser observados descamação da pele e crescimento progressivo das unhas (ornicogrifose).
Na leishmaniose visceral alguns animais reservatórios, silvestres e domésticos, são conhecidos. No ambiente urbano, o cão infectado, mesmo quando assintomático, é considerado o principal reservatório, pois o parasita pode ser encontrado na pele íntegra. Na leishmaniose tegumentar, o papel desempenhado pelos animais domésticos e silvestres no ciclo de transmissão não é conhecido até o momento.
Tanto em seres humanos quanto em animais, o diagnóstico deve ser estabelecido com base no reconhecimento dos sinais e sintomas clínicos sugestivos da doença e em dados epidemiológicos, seguidos por investigação laboratorial para demonstração do parasita nos tecidos e / ou de reação cutânea positiva para antígenos de Leishmania ou de presença de anticorpos anti-Leishmania no soro.
O Centro de Referência em Leishmanioses - IPEC - Fiocruz disponibiliza orientação e atendimento clínico e laboratorial (sorológico, parasitológico e histopatológico, entre outros) tanto de pacientes humanos quanto animais, buscando trazer à população a oportunidade de realizar um tratamento correto e eficaz.
O Centro de Referência em Leishmanioses é credenciado pelas Secretarias Estadual e Municipal do Rio de Janeiro (SES/RJ e SMS/RJ), e pelo Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) em nível nacional. Constitui-se por um grupo multiprofissional cuja qualificação responde pelo desenvolvimento de atividades especializadas que abrangem diversos aspectos associados:

Nenhum comentário: